segunda-feira, 11 de agosto de 2014

DIFICULDADES DA COMUNIDADE SURDA DE INGRESSAR NO MERCADO DE TRABALHO NO ESTADO DE ALAGOAS

Notícia G1: 24/03/2013

Segundo Associação dos Surdos de AL menos de 1% dos surdos tem emprego formal, o fato é que muitas são as dificuldades enfrentadas pelo deficiente auditivo no mercado de trabalho, seja pelo preconceito ou pela falta de qualificação. A estimativa da Associação de Amigos e Pais de Pessoas Especiais (AAPPE) é que aproximadamente 300 dos deficientes auditivos estão no mercado regular de trabalho ou seja, menos de 1% dos cerca de 180 mil surdos em Alagoas, de acordo com censo de 2010 do IBGE.

Para a presidente da AAPPE, Iraê Cardoso, muitas vezes a falta de emprego para a pessoa com deficiência deve-se principalmente ao preconceito. Segundo ela, existem aquelas pessoas que possuem uma faculdade, são preparadas e estão na lista de espera de vagas. Outros pontos apontados por ela são a falta de qualificação profissional e a oferta de trabalho para os surdos em postos de pouca remuneração. Ainda segundo Iraê Cardoso existe uma lacuna muito grande no que diz respeito à educação inclusiva no estado. Somente em 1998 que começaram a serem formados os primeiros intérpretes e isso fez com que muitos deixassem de ter acesso ao mercado de trabalho formal. Mesmo com o avanço que tem sido registrado ao longo dos anos, ainda falta muito a ser feito para que os surdos possam ter as mesmas condições de buscar uma melhora profissional.

Surdos têm aula de libras no projeto IRES 
No estado de Alagoas há mais de 20 anos a AAPPE, uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, trabalha para atender as carências de pessoas com deficiência auditiva. O estado possui oito sedes, atendendo atualmente cerca de 1.500 pessoas.  Com o objetivo suprir a carência educacional da comunidade surda, esta associação lançou, há dois anos, o Projeto IRES – Instituto Bilíngue de Qualificação e Referência em Surdez, o mesmo funciona em uma sede improvisada no bairro da Jatiúca, em Maceió. E é com sorriso nos lábios que Iraê fala sobre o projeto e os planos de expansão. “A proposta é criar um espaço que possa oferecer cursos, palestras e outras atividades como a produção de livros e vídeos. Nosso objetivo é inserir a pessoa com deficiência auditiva no mercado de trabalho”, explicou.

Fonte: http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/03/surdos-tem-dificuldade-de-se-inserir-no-mercado-de-trabalho-em-alagoas.html


3 comentários:

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  2. É um absurdo nos dias de hoje vivermos em uma sociedade que ainda aponta deficiências. Mesmo profissionais qualificados, pessoas capazes de realizarem atividades complexas passando por situações preconceituosas essa é a verdade. Diante desta situação é verdadeiramente necessário que repensemos sobre os valores que temos, se também não somos agentes causadores destes absurdos.
    Nem ao menos as leis vigentes como cotas e redução de impostos incentiva empresários a contratarem deficientes sejam auditivos ou não. Os órgãos governamentais precisam intervir para que um cidadão possa prover o seu sustento? Ou apenas a conscientização é necessária?

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  3. Há tempos os surdos vem lutando para conquistar seu espaço dentro da sociedade produtiva, com a finalidade de fortalecer sua auto-estima e buscar recursos para se capacitarem para o trabalho. O preconceito está quase sempre presente, enxergando o surdo como limitado e incapaz. Quando conseguem um emprego, sentem dificuldades para construir relações interpessoais e compreender a própria dinâmica do espaço laboral. Além disso, o fato de os cargos ocupados pelos surdos serem sempre ligados à mão de obra operária, reforça a tese que eles são intelectualmente menos capazes que os ouvintes. Sabemos que grande parte disso deve-se ao fato de que há falta de qualificação e acesso aos níveis de estudo mais elevados, mas isso não é levado em consideração em um primeiro momento.

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